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domingo, 12 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27310: Tabanca da Diáspora Lusófona (38): Parabéns, João & Vilma, acabados de se unir com a benção de Deus, na igreja eslovena de São Ciro, Nova Iorque...Hoje, âs 10h30 locais, 15h30, em Lisboa.





Infografia : LG + IA / ChatGPT (2025)


 1. O João Crisóstomo, luso-americano, nascido em 1943 em Torres Vedras (capital do Carnaval Português), é uma figura muito conhecida e querida da diáspora lusófona e nomeadamente da comunidade de Nova Iorque e New Jersey. E igualmente da nossa Tabanca Grande, que é a mãe de todas as tabancas...

Emigrou para os EUA em 1977, mas passou também por outros países como o Brasil (e antes fez a guerra colonial na Guiné portuguesa de 1965/67, como alf mil at inf, CCAÇ 1439 

De formação católica (estudou para padre), durante três anos foi mordomo, da senhora Jacqueline Kennedy Onassis. Com ela aprendeu a fazer "lobbying" social e cultural. Acabou por dar a cara em campanhas que são muito queridas aos portugueses e aos luso-americanos. Campanhas de sucesso: Pela autodeterminação de  Timor Leste (LAMETA); Defesa das Pinturas Rupestres de Foz Coa; Memória de Aristides de Sousa Mendes... 

Casou-se, 2013, em segundas núpcias, com a eslovena Vilma Kracun (nascida em 1947, em Brestanica; enfermeira reformada, que vivia em Londres, é hoje cidadã americana).

Hoje, dia 12, domingo, pelas 10h30 locais (15h30, em Lisboa) casam-se finalmente pela Igreja Católica... doze anos depois de terem protagonizado um romance muito lindo.

Não pudemos ir, que estamos longe na Lourinhã (há 150 milhões de anos, ia-se a pé, pelo trilho dos dinossauros...) , mas vamos  surpreendê-los, com este singelo "boneco", artístico,  "naïf", simpático, festivo, com eles a sair esta manhã da Igreja eslovena de São Ciro, em Nova Iorque (Saint Cyril Church, 62, St Marks Place, New York , NY 10003).

2. English version:

John Crisostomo, a Portuguese-American born in 1943 in Torres Vedras (the capital of Portuguese Carnival), is a well-known and beloved figure in the Lusophone diaspora, particularly in the New York and New Jersey community. He is also part of our Tabanca Grande, which is the mother of all tabancas...

He emigrated to the USA in 1977, but he also spent time in other countries such as Brazil (and before that, he fought in the colonial war in Portuguese Guinea from 1965/67, as  lieutenant, 1439 infantery unit.

With a Catholic background (he studied to be a priest), for three years he was the butler for Mrs. Jacqueline Kennedy Onassis. With her, he learned to do social and cultural "lobbying." He ended up being the face of campaigns that are very dear to the Portuguese and Portuguese-Americans. Successful campaigns: For the self-determination of East Timor (LAMETA); Defense of the Foz Coa Rock Paintings; In Memory of Aristides de Sousa Mendes...

He married for the second time in 2013, to the Slovenian Vilma Kracun (born in 1947, in Brestanica; a retired nurse who lived in London, she is now an American citizen).

Today, the 12th, Sunday, at 10:30 am, they were finally married in the Catholic Church... twelve years after they began a very beautiful romance.

We couldn't go, as we are far away in Lourinhã (150 million years ago, one could go on foot, along the dinosaur trail...), but we are going to surprise them with this simple, artistic, naif, friendly, and festive poster, with them leaving this morning the Slovenian Church of Saint Cyril in New York (Saint Cyril's Church, 62 St. Marks Place, New York, NY 10003).

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Nota do editor LG:

Último poste da série > 6 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27289: Tabanca da Diáspora Lusófona (37): João e Vilma vão-se casar... pela Igreja, no próximo dia 12, domingo, às 10h30, St Cyril Church, Nova Iorque. Cerimónia presidida pelo Arcebispo Dom Gabriele Caccia, Observador Permanente do Vaticano na ONU. A Tabanca Grande está toda convidada...

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27289: Tabanca da Diáspora Lusófona (37): João e Vilma vão-se casar... pela Igreja, no próximo dia 12, domingo, às 10h30, St Cyril Church, Nova Iorque. Cerimónia presidida pelo Arcebispo Dom Gabriele Caccia, Observador Permanente do Vaticano na ONU. A Tabanca Grande está toda convidada...




Nova Iorque > 2013 > Vilma e João: "just married", há 12 anos atrás... Uma linda história de amor. Profano. A partir de domingo, dia 12, será sacro-profano. Voltam a casar-se mas desta vez aos olhos (e com a benção) de Deus e da Santa Madre Igreja.


(Cortesia: LusoAmericano, 24 de abril de 2013, pág. 23)


1. Mensagem,  recebida hoje,às 13:06,  do João Crisóstomo.


Caro Luís Graça, Carlos Vinhal, e demais caríssimos camaradas, ( da Guiné e outras lutas)


Mais uma jornada…

Eu considero-me um felizardo porque em toda a minha vida tenho tido a sorte de encontrar gente boa que me tem concedido a sua amizade, amizades que muitas vezes se traduziram em ajuda preciosa em momentos difíceis, que a minha vida, não sendo diferente dos outros, tem tido de tudo.

Consciente de que amizade e bons amigos são o melhor que a vida nos pode dar, eu tenho tentado conservar estas boas amizades. Quando um amigo por qualquer motivo fica fora do meu radar eu não desisto enquanto não sei o que se passa, para se possível reatar o contacto e amizade. 

Reencontrei muitos amigos assim, depois de longas separações. Num destes casos fui tão afortunado que ao fim de 40 anos de separação, contentes de nos reencontrarmos, acabamos por casar para não nos separamos outra vez.

Os meus amigos são para mim a minha segunda família. E esta engloba camaradas de escola e outros lugares de aprendizagem que frequentei; colegas de trabalho — e foram variados muitos e variados nos quatro cantos do mundo; e até muitos amigos que apareceram como por simples acaso. 

E eu tenho uma incorrigível mania: sempre que eu encontro alguém que me parece uma pessoa invulgar/especial eu logo troco informações e contactos na esperança de que tenha feito mais uma amizade. Por isso dizem que eu tenho muitas amizades em toda a parte.

Quanto ao serviço militar, especialmente a minha “experiência” na Guiné… foi um maná, pelo elevado número de grandes amizades que me proporcionou. Eles são também parte ( e uma parte muito querida) da "minha segunda família".

E é nesta vertente que eu quero partilhar com todos vocês mais uma etapa da jornada da minha vida.

Não os vou chatear outra vez a contar pormenores da minha história, a história da minha vida. Concordo e aceito que tem sido um pouco invulgar: e permito-me duas linhas para alguém para quem eu ainda seja um desconhecido: tive uma meninice e juventude difícil, como sucedeu a tantos de nós; tive a mesma experiência que vocês tiveram na Guiné; seguida por vivências na Inglaterra, França, Alemanha e Brasil antes de me radicar definitivamente nos Estados Unidos. 

O acaso levou-me a vir a ser mordomo para a Senhora Jacqueline Kennedy Onassis. Sem grandes habilitações literárias, trabalhei sempre duro, especialmente em restaurantes, onde fiz de faxineiro a Maitre D" ao mesmo tempo que frequentava escolas direcionadas para línguas, algo de que sempre gostei e que foi a razão primeira das minhas andanças pelo mundo.

Isto tudo para partilhar com todos vocês—vocês todos que são a minha segunda família - uma notícia muito pessoal, mas excitante mesmo: vou casar no próximo domingo, dia 12 de outubro.

Eu explico:

Após o meu divórcio em 1997 (do meu primeiro casamento foi em Londres em 1971) eu jurei nunca mais me tornar a casar. Sucede que entre os indivíduos/amigos que eu tentava reencontrar, contava-se uma jovem que eu tinha conhecido em Londres. E durante muitos anos, sem qualquer outro motivo que não fosse o reatar uma amizade, como sucedeu com tantos outros (as) eu vim a descobrir que esta jovem se encontrava em Paris.

E, inesperadamente, quando nos reencontramos, foi "amor à segunda vista”. Convenci-a a vir comigo para Nova Iorque onde logo nos casamos. O facto de me ter levado 40 anos a encontrar esta minha amiga despertou a curiosidade do New York Times que relatou a nossa história, logo repetida por todo o mundo e tivemos os tais “15 minutos de fama” a que, dizem, toda a gente tem direito.

Mas casamos apenas pelo civil. É que em Londres, depois do meu primeiro casamento, também apenas pelo civil, eu fiquei numa posição aflitiva: eu queria dizer à minha família que eu tinha casado , mas se lhes dissesse que tinha casado só pelo civil ia causar uma tragédia; eu receava que a minha mão não aguentasse a tristeza que isso lhe causaria. 

Saído da tropa havia pouco tempo ainda, eu estava muito alheio a Igrejas. Mas convenci a minha esposa a termos um casamento religioso, mesmo simples, que me permitisse dar a notícia, confirmando com uma foto que estávamos casados na Igreja. E assim sucedeu. Uma cerimónia simples, sem missa nem as “preparações” que eu nem sabia eram precisas para um casamento religioso. Mas eu pensei que era válido e sempre me considerei casado pela Igreja.

Agora, para casar outra vez, tinha de ser apenas pelo civil. E assim foi. Mas ao contar a minha história a um prelado amigo este logo concluiu que o meu primeiro casamento religioso não tinha validade. E aconselhou-me a tratar de arranjar a nulidade de casamento. 

Eu pensei fazê-lo, para logo decidir não me incomodar: a burocracia ainda era muita, e as despesas equivalentes. E dizia eu para os meus botões ": então se o meu casamento não foi válido, para que vou eu perder tempo e dinheiro a invalidar uma coisa que nunca foi válida?”

Sucede que há uns meses atrás a minha esposa recebeu um pedido invulgar: um sobrinho seu, de 64 anos, decidiu ingressar na igreja católica e pediu-lhe para ela ser a sua madrinha de baptismo. E lá fomos nós à Eslovénia. 

Mas de alguma maneira senti-me pouco confortável e quando voltámos a Nova Iorque, procurei o bispo da minha diocese. O juíz que ele apontou para investigar as circunstâncias do meu primeiro casamento, feitas as devidas diligências, concluiu que o senhor padre que nos casou até foi uma pessoa simpática, mas nem sequer fez qualquer registo do nosso “casamento".

 Quanto à foto que eu lhe mostrava … ele podia arranjar uma igual no dia seguinte…. Deu-me o "certificado de nulidade’ e que eu podia casar agora com quem quisesse…

E aqui está a minha (nossa) história, que com grande alegria partilho com todos vocês. Se alguém estiver por aqui perto, estão todos convidados…

Aqui está o convite:

CONVITE

Vilma Kracun Crisóstomo e João Francisco Crisóstomo
Solicitam o prazer da sua companhia na celebração da nossa união religiosa.

Domingo, 12 de Outubro de 2025, às 10.30 AM
St Cyril Church, 62, St Marks Place, New York , NY 10003

A sua presença é o melhor e suficiente presente para nós.
Trajo informal, tendo em mente o caracter religioso do momento.

No próximo dia 12 de Outubro Vilma e eu vamos cimentar a nossa união com um casamento religioso, que não nos foi possível até hoje dado que eu sou/estava divorciado. O meu primeiro “casamento religioso” foi agora confirmado nulo.

Sua Excelência o Senhor Arcebispo Dom Gabriele Caccia, Observador Permanente do Vaticano nas Nações Unidas que desde sempre nos tem concedido o favor da sua amizade aceitou presidir ao nosso casamento.

Ficaremos muito contentes , honrados e muito gratos também pelo favor da sua presença neste dia tão especial para nós os dois.

Após a Missa reunir-nos-emos no salão da Igreja para para um convívio celebratório.

Ficamos gratos pelo favor duma resposta até 5 de Outubro 2025


Tel: 1- 718 899 7776; cel: 1 917 257 1501; 1 347 944 4254 
(no “texts” please )




Nova Iorque > Igreja Eslovena de São Ciro > Homenagem a dois grandes humanistas lusófonos  > 7 de abril de 2024 >  Arcebispo dom Gabriele Caccia e padre franciscano frei Krisolog durante a Missa.  Serão, no próximo dia 12, os  dois que vão celebrar o nosso casamento.

. .

Nova Iorque >  Igreja Eslovena de São Ciro > Homenagem a dois grandes humanistas lusófonos > 7 de abril de 2024 >    Vilma e João Crisóstomo,  padre franciscano frei Krisolog,  embaixadora Ana Paula Zacarias e dom Gabriele Caccia.

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo  (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



2. Comentário do editor LG:



João, não páras de me/nos surpreender... Fico feliz por ti, a Vilma e demais família e amigos. O casamento é sempre um bom barómetro...E o divórcio, outro. Doze anos depois pegas na corda, e, zad!, "dás o nó",  "enforcas-te" de vez. (Não traduzas isto para a Vilma. É uma expressão muito nossa, muito idiomática, estúpida, da gíria dos machos.)

A cerimónia religiosa que agora vão realizar, tu e a Vilma, é ritual de reforço do vosso amor.  Tenho pena de não estar aí por perto para testemunhar a vossa alegria. Mas mesmo que pudesse, não tenho o passaporte em dia nem muito menos o visto para entrar no teu/vosso país. 

Vou dar a notícia aos nossos comuns amigos:  2ª feira, dia 13, vamos estar na caldeirada anual, na festa de Ribamar, Lourinhã, honrando uma tradição que foi inaugurada pelo nosso querido e saudoso Eduardo Jorge (1952-2025). 

Tira umas chapas da festa. Best wishes.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27281: Tabanca da Diáspora Lusófona (36): O meu "Labor Day" (1 de setembro) e um "party" luso-esloveno-americano (João Crisóstomo, Queens, Nova Iorque)

 


Foto nº 1 > Nova Iorque > Queens > 1 de setembro de 2025, "Labor Day" > Ser solidário (1): O João e a Vilma


 
Foto nº 2  > Nova Iorque > Queens > 1 de setembro de 2025, "Labor Day" > Ser solidário (2)


Foto nº 3 > Nova Iorque > Queens > 1 de setembro de 2025, "Labor Day" > Ser solidário (3)



Foto nº 4 > Nova Iorque > Queens > Setembro de 2025 > Party luso-esloveno-americano (1)


Foto nº 5 > Nova Iorque > Queens > Setembro de 2025 > Party luso-esloveno-americano (2)


Foto nº 6 > Nova Iorque > Queens > Setembro de 2025 > Party luso-esloveno-americano (3)


Foto nº 7 > Nova Iorque > Queens > Setembro de 2025 > Party luso-esloveno-americano (4)

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mensagem do João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona:

Data - terça, 16/09, 01:08
Assunto - Sinal de vida


Caro Luis Graça,

Envio-te meia dúzia de fotos de dois eventos recentes. Com franqueza receio que este tipo de notícias e fotos nem sejam pertinentes para o blogue; pois pode dar uma impressão errada, tanto mais que recentemente, (aliás há bastante tempo já) nem tudo têm sido rosas. 

Mas, um dia de cada vez, vamos fazendo o melhor que se pode, incluindo tentar partilhar e viver com os "nossos próximos” mais próximos… Mas… faz o que bem entenderes.
A verdade é que estes “parties” nos ajudam muito a nós mesmos. De certa maneira os maiores beneficiados somos nós.

As primeiras 3 fotos são dum “party" no dia 1 de Setembro (o correspondente ao 1º de Maio em Portugal): uma espécie de “ snack” às 16.00 pm  com salada de fruta, um grande bolo, e outros variados, refrigerantes etc. Foi a melhor maneira que encontrei para dar um pouco de vida e alegria a alguns dos séniores (e alguns familiares que os visitavam nesse dia) que moram num “assisted living building” (**) na nossa rua (otos nºs 1, 2 e 3),

As outras fotos são dum “party de "parabéns e boas-vindas” a dois jovens amigos da Eslovénia ( que conhecíamos de anteriores visitas a Nova Iorque) e que agora vieram trabalhar e viver nos Estados Unidos (Fotos nºs 4, 5, 6, e 7)) 

 Este foi um evento mais “abrangente”, meio português, meio esloveno … como podes verificar pelas cores dominantes: na mesa maior, comprida, as cores são verde e vermelho (foto nº 5), assim como no muro contrário, na foto em que eu e a Vilma estamos com os dois “homenageados” (foto nº 6) ( e até parecemos dois anões… o que não nos atrapalha, pois logo de pequeno , talvez para que eu não tivesse preconceitos de ser pequeno, me folham pondo na cuca que os homens não se medem aos palmos…). 

Já na mesa contra o muro oposto, as cores são as da bandeira eslovena (Foto nº 5). Nessa mesa podes ver dois tachos grandes: um tacho de caldeirada de bacalhau e um tacho de arroz de marisco, ambos um sucesso . Mas como na Eslovénia o forte mesmo é a carne, houve uma travessa de “Ribs” (porco) e duas travessas de galinha : uma de galinha assada e outra de galinha picante com muito alho. E ratatouille,  salada russa, que eles aqui teimam em chamar "salada francesa”, e salada de batata à eslovena; e salada de alface, que para surpreza minha a Vilma , que faz sempre uma salada fabulosa, desta vez teimou que fosse mesmo bem simples, até o tomate e cebola foram apresentados separados… Ela lá sabe das suas razões…

O vinho branco era o nosso vinho verde. O vinho tinto e champanhe, que foram oferta dum dos convidados , era esloveno. Pelo que me diziam e pelas canções eslovenas que de repente todos ( excepto eu…) se puseram a cantar ( berrando) e parecia não acabarem mais, eu deduzo que valeu a pena!

(Revisão / fixação de texto: LG)
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Notas do editor LG:

(*) Último poste da série > 13 de julho de 2025 _ Guiné 61/74 - P27011: Tabanca da Diáspora Lusófona (35): O meu "Four of July", aniversário da grande Nação Americana, em que os cachorros quentes ("hot dogs") e hambúrgeres grelhad
os da tradição foram substituídos pelo nosso bom bacalhau (João Crisóstomo, Nova Iorque)

(**) O que é um "Assisted Living Building" em Nova Iorque?

Resposta com a ajuda do assistente de IA / Gemini:

Um "assisted living building" (ou "assisted living residence") em Nova Iorque é uma unidade habitacional para pessoas idosas ou com deficiência que necessitam de algum apoio nas atividades diárias, mas que não precisam do nível de cuidados médicos intensivos de um lar de idosos (nursing home). Portanto, não se confunde com o nosso "centro de dia para idosos"  ou "lar de terceira idade"

As principais características incluem:

(i) Habitação: os residentes vivem nos seus próprios apartamentos ou quartos privados dentro de um complexo com áreas comuns.

(ii) Cuidados 24 horas: oferecem supervisão e assistência contínua, incluindo pessoal disponível a qualquer hora para emergências.

(iii) Serviços incluídos: geralmente, os serviços abrangem > Assistência Pessoal: ajuda com a higiene pessoal (banho, vestir), mobilidade e outras atividades da vida diária; | Gestão de Medicação: apoio na toma correta dos medicamentos; | Refeições: fornecimento de refeições diárias, geralmente em refeitórios comuns; | Limpeza e Manutenção: serviços de limpeza do alojamento e tratamento de roupas; | Atividades Sociais e Recreativas: programas para promover o convívio, o bem-estar físico e mental.

(iv) Regulação: no Estado de Nova Iorque, estas residências são licenciadas e reguladas pelo Departamento de Saúde do Estado (New York State Department of Health) para garantir a segurança e a qualidade dos cuidados. O objetivo é proporcionar um ambiente que se assemelhe a uma casa, promovendo a dignidade, autonomia e independência dos residentes.

(***) O "Labor Day", equivalente ao nosso 1º de Maio , "Dia do Trabalhador", é feriado federal nos EUA. Celebra-se na primeira segunda-feira ("monday") de setembro: (i) homenageia a luta dos trabalhadores americanos por melhores condições de vida e de trabalhao; e (ii) e marca o fim não oficial do verão.

A data é comemorada com desfiles, piqueniques e eventos ao ar livre, sendo uma oportunidade de descanso e lazer para as famílias.

O " Labor Day" surgiu no século XIX como resultado da luta do movimento operário em prol de melhores condições de trabalho e redução da jornada de trabalho

O final do século XIX ,nos EUA; foi um período de intensa industrialização, marcado por longas jornadas de trabalho (frequentemente de 12 horas diárias, sete dias por semana), baixos salários e condições de trabalho insalubres e perigosas (acidentes de trabalho, doenças profissionais...). Coemnaçaram a ganhar força os sindicatos, com orgamização de greves e manifestações.

É nesse cenário que que surge a ideia do "Labor Day"...A primeira celebração do Labor Day ocorreu em 5 de setembro de 1882, em Nova York, organizada pela Central Labor Union (CLU). Milhares de trabalhadores marcharam da Prefeitura até a Union Square, em um evento que combinou um desfile com um piquenique para as famílias dos trabalhadores.

O Estado do Oregon foi o primeiro a aprovar uma lei para reconhecer o feriado em 1887. Tornou-se feriado federal, de àmbito nacional, em 1894, após a greve de Pullman, que trouxe as condições de trabalho para a luz da ribalta. Foi dos mais dramáticos conflitos sociolaborais da história americana:

A greve, que começou como um protesto contra cortes salariais e a alta dos preços das rendas de casa. numa cidade-empresa controlada pela Pullman Palace Car Company. Espalhou-se rapidamemnte por todo o país, aralisando os transportes ferroviário.

A resposta do governo federal não se fez esperar e foi dura, com o envio de tropas para reprimir a greve. Houve mortes. P Presidente Grover Cleveland acabou por assinou a legislação que estabelecia o Labor Day como um feriado nacional legal, em 28 de junho de 1894. Mas at+e essa dat Até 1894, mais da metade dos Estados já havia adotado a data.

No essencial, o "Labor Day" celebra as conquistas históricas do movimento operário (a jornada de trabalho de oito horas, salários mais justos, saúde e segurança do trabalho, direito à organização sindical).

Na cultura da América, simboliza também omo o fim, não oficial, do verão. Sendo um fim de semana com ponte (o feriado é sempre à segunda), é uma oportunidade para uma última viagem de verão, churrascos, piqueniques e eventos ao ar livre. As escolas e universidades geralmente iniciam seu ano letivo após o Labor Day.
.
A escolha de da primeira segunda feira de setembro para o Labor Day nos EUA foi, em parte, uma tentativa de distanciar o feriado das conotações socialistas e anarquistas do 1º de maio, Dia Internacional dos Trabalhadores. O 1º de maio tem suas raízes na revolta de Haymarket, ocorrida em Chicago em 1886, e está associado a uma tradição mais politizada e de protesto do movimento operário internacional. 


(Pesquisa, condensação, revisão / fixação de texto: LG)

domingo, 10 de agosto de 2025

Guiné 61/74 - P27107: Consultório Militar do José Martins (88): Pelo menos o tal Cartão de Antigo Combatente era coisa que eu ainda teria gosto em receber (João Crisóstomo, Nova Iorque)


Zé Martins (o nosso colaborador permanente para:  questões jurídicas, Hisória Militar, Arquivos)... Autor da série "Consultório Militar"





1. Mensagem do João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona:


Data - segunda, 28/07/2025, 02:20 
Assunto - Cartão de Antigo Combatente

Caríssimos,

Em referência à mensagem do Zeca Macedo (*): como ele, também eu há anos "preenchi o formulário e enviei-o"... E, como ele, “ até hoje, nada”.

Eu fi-lo mais por solidariedade com todos os camaradas que estavam interessados, mas não me preocupei sequer em saber a razão por que é que não recebi qualquer resposta. Talvez a resposta do nosso camarada José Martins, ajude a explicar: "O cartão de 'Antigo Combatente' foi distribuído a todos os reformados que recebem pensão de velhice de qualquer sistema de Segurança Social"... Os combatentes que não recebem qualquer pensão do Estado Português, ficam de fora.

Há anos atrás foi-me sugerido por um amigo meu que vive aqui perto, em New Jersey ( não sei se é ex- combatente ou não ) que eu devia pedir uma pensão, pois que além do serviço militar eu trabalhei algum tempo em Portugal antes de entrar em Mafra. Que, explicou-me, se o tempo de trabalho e a devida contribuição não era suficientes isso podia ser facilmente remediado.

E por isso durante uma ida a Portugal e outra vez numa consulta no nosso consulado aqui em Nova Iorque ainda averiguei do que era preciso fazer. É que, além desse trabalho em Portugal, eu também estive alguns tempos e trabalhei em França, Inglaterra e Brasil, antes de me radicar permanentemente nos Estados Unidos. Embora em todos eles eu estivesse a trabalhar legalmente (nove meses em França, cerca de ano e meio na Inglaterra e menos de dois anos completos no Brasil), como emigrante, com papéis, contacto de trabalho,  etc, todos eles foram breves estadias. Insuficiente tempo para, por si mesmos, valerem uma reforma/pensão.

Na altura vim a saber que, mesmo que alguma vez viesse a receber essa “pensão”,   esta seria uma quantia muito muito pequena. Eu não tinha na altura qualquer vontade de voltar de vez para Portugal e o processo e exigências a cumprir eram tantas e tão complicadas que eu achei que não valia a pena todo o esforço e voltas a dar.
Mas pelo menos o tal "cartão de antigo combatente” era coisa que eu teria tido gosto em receber.

(Revisão / fixação de texto: LG)

2. Resposta do editor LG:

João, o nosso Zé Martins está a gozar o seu merecido mês de férias. O mês de agosto em Portugal é muito querido... E "sagrado"... Claro que continua a haver "desgraçados" como eu e o Carlos Vinhal a trabalhar "em prol da comunidade"... Bom sinal, ainda não estamos "arrumados"... O Zé Martins, esse,  deve ter ido a banhos, como se dizia antigamente. Na devida altura ele responderá às tuas dúvidas... Para já aqui  vão algumas dicas do meu "Sabe-Tudo", o assistente de IA, a quem, à pressa, pus algumas questões:

P - Um estrangeiro (ou um cidadão que tenha perdido a nacionalidade portuguesa, hoje a viver no estrangeiro) pode obter o cartão de antigo combatente ? Era português quando participou na guerra colonial em 1961/74.

R - Sim,  de acordo com a legislação portuguesa em vigor, um estrangeiro ou ex-cidadão português que tenha combatido na Guerra do Ultramar (1961-1974) pode obter o Cartão de Antigo Combatente, desde que cumpra determinados requisitos.

A Lei n.º 46/2020 (que criou o Estatuto do Antigo Combatente) prevê que o benefício não se aplica apenas a quem mantém a nacionalidade portuguesa, mas também a estrangeiros ou a quem tenha perdido a nacionalidade, desde que:
  • tenha prestado serviço militar nas Forças Armadas Portuguesas durante o período da Guerra Colonial, em condições equiparadas às dos militares portugueses;
  • prove documentalmente essa participação (através de registos militares, certidões ou outros documentos oficiais emitidos por entidades militares portuguesas);
  • requeira formalmente o cartão junto da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), que é o organismo responsável pela emissão.
 Nota importante:

O cartão é atribuído independentemente da nacionalidade atual, mas o processo exige sempre prova documental válida. E  dá acesso aos direitos previstos no Estatuto (isenção de taxas moderadoras no SNS, benefícios em transportes, entre outros), mas alguns benefícios podem depende  r de residência em Portugal.

 P -  Então, o que tenho a fazer ? Resido nos EUA desde 1977.

R -   Vou organizar-te um guia claro para pedir o Cartão de Antigo Combatente residindo nos EUA. (Baseado na Lei n.º 46/2020 e nas orientações da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional — DGRDN)

(i)  tens que erificar se cumpres os requisitos:
  • ter servido nas Forças Armadas Portuguesas entre 1961 e 1974, em teatro de operações da Guerra Colonial.
  • serviço militar em condições idênticas às dos cidadãos portugueses (mesmo que já não tenha nacionalidade).
  • dispor de prova documental do serviço.
(ii) Reunir a documentação

prepara cópias legíveis e, se possível, autenticadas: 
  • documento de identificação atual (passaporte ou cartão de identidade estrangeiro);
  • prova do serviço militar;
  • ertidão do registo militar ou assento de matrícula (emitido pelo Arquivo Geral do Exército ou Marinha/Força Aérea, consoante o ramo); aderneta militar, ou fotocópia autenticada, se ainda a tiveres;
  • prova de morada atual nos EUA (por exemplo, conta de serviços públicos ou carta do IRS americano);
  • formulário de requerimento (modelo DGRDN).
Se não tiveres documentos militares: podes pedir ao Arquivo Histórico Militar em Lisboa uma certidão de registo (mesmo à distância).

(iii)  Onde e como enviar

O pedido deve ser enviado por correio registado internacional para:  
Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) Av. Ilha da Madeira, nº 1 1400-204 Lisboa PORTUGAL

No envelope, escreves: "Pedido de Cartão de Antigo Combatente".

(iv) O que acontece depois

A DGRDN valida a documentação. Se tudo estiver conforme, envia o cartão por correio para a morada nos EUA. O processo pode demorar alguns meses, dependendo da rapidez na confirmação dos registos.

(v) Dicas úteis

Envia cópias autenticadas dos documentos (autenticadas num notário local ou consulado português).

Contacta previamente a DGRDN pelo e-mail dgrdn@defesa.pt para confirmar se há formulários atualizados.

Se precisares de certidões militares, podes pedir diretamente online ao Arquivo Histórico Militar (https://ahm.defesa.pt/).

  (Pesquisa: ChaGPT / LG / Revisão e fixação de texto: LG)
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Nota do editor LG:

(*) Último poste da série > 9 de agosto de 2025 > Guiné 61/74 - P27102: Consultório Militar do José Martins (87): O Cartão de Antigo Combatente: resposta a um pedido do Zeca Macedo (EUA, Mass, Cambridge)

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Guiné 61/74 - P27099: Felizmente ainda há verão em 2025 (13): ... e não vai faltando a sardinhada na festa de aniversário dos amigos (Luís Graça)




Lourinhã >  17 de julho de 2025  > Festa de anos do Jaime Silva, o "marquês do Seixal"


Lourinhã > Praia da Areia Branca > Restaurante Foz > 6 de agosto de 2025 > A sardinha assada que não chegava à mesa do comandante... em Bambadinca

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Garça & Camaradas da Guiné]

1. Caros leitores: 

Quem andava pela Guiné, há uns bons 50,  60 anos,  de vez em quando tinha uns "apetites danados"....  Se calhar  era como os "bizarros desejos das grávidas", que os médicos na época nem sempre sabiam explicar bem... 

E então perguntava, o gajo, já "muito cacimbado",  velhinho cpomo o c*r*lho, ao vagomestre:  

− E hoje, ó Soares, não há aí umas sardinhinhas de Peniche assadas na brasa?... 

− Vai-te...Afonso! − respondia ele (que não dizia asneiras, era um menino de coro).

− Mas também pode ser uns jaquinzinhos com arroz de tomate... Ou até uma batatada de peixe seco...

− Não querias mais nada!... Pró nosso comandante, isso é comida dos pobres, não vai à mesa do rei !

− 'Tá bem, pá, mas... nem uma caldeirada de peixe da bolanha ?...  

−  Nem vê-lo nem cheirá-lo!

  Ó nosso vagomestre, mas... nem um arrozinho de lingueirão ?... Ando mesmo 'augado' como uma gaja prenha... Não sejas bera... Ao menos umas ostras, geladinhas, com um espumantezinho da Raposeira !...

− Só se for uma arrozinho de lavagante... Serve ?! − sugeria o Soares, já meio irritado.

− À  falta de melhor até marchava... Mas, não sei porquê,  'tava-me mesmo a apetecer era umas enguias fritas com arroz de feijão... 

−  Já vi que estás a delirar!...Isso é mas é paludismo cerebreal !

−  Pois que seja, vou mais depressa p'ra casa em caixão de chumbo... Mas, antes de morrer, podes-me servir  um bifinho com batata fritas e ovo a cavalo ?!....

− Bolas , que o gajo julga que a messe é o Gambrinus ! −  começava o Soares a perder as estribeiras (mas mesmo assim incpaz de dizer um palavrão, do tipo "p*rra").

− Não te danes, eu cá m'arranjo: vou ali à cantina comprar uma lata de sardinhas com molho de tomate, picante... Estou farto da merda das tuas cavalas com esparguete...


2. Bom, os nossos vagomestres também têm direito a férias, pelo que a série "No céu não há disto: Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande" tem estado parada desde março de 2025 (*).  Provavelmente por falta de "matéria-prima". Ou então a razão pode ser outra: estão de licença graciosa (que é ou era  de seis meses do tempo do império)...

 Mas todos os dias os vagomestres, pelo menos eles, comem. Mal ou bem, mas comem...  E, nós, a "tropa-macaca", felizmente ainda vamos comendo, mal ou bem, mais mal que bem...

E no verão temos a bela sardinha... Valha-nos isso, que já nos tiraram quase tudo.  Quando Portugal era nosso (ou será que alguma vez foi nosso?)... E era lindo.

 O meu fisioterapeuta, que é de Peniche e filho de pescador, da pesca do cerco, diz-me que ainda não está boa, a sardinha, só lá para o fim do mês de agosto. Ora bolas!...

Nos últimos anos tem sido a mesma história, só no fim do verão é que um gajo pode comer uma sardinha a pingar no pão... Acusam as alterações climáticas de ser responsável pela crise... O vagomestre, que é "negacionista", diz que não:

− Olha que não, olha que não!!!

E o meu fisioterapeuta encolhe os ombros, e consola-me:

−  Contente-se com a de Sesimbra e de Sines... Que, essa sim, já é gorda... e pinga no pão!
 
À falta de melhor aqui vão umas fotos das duas ou três sardinhadas que o pobre do editor LG já comeu este ano... De qualquer modo, já dá para fazer inveja ao João Crisóstomo que, com a política tarifária do Trump, tem a sardinha de Peniche  e o tintol da Bombardeira ao preço ao caviar e do Château Lafite Rothschild ... (**)
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 Notas do editor LG:


(**) Último poste da série > 6 de agosto de 2025 > Guiné 61/74 - P27096: Felizmente ainda há verão em 2025 (12): ruminações nova-iorquinas... (João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona)

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Guiné 61/74 - P27096: Felizmente ainda há verão em 2025 (12): ruminações nova-iorquinas... (João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona)





1. Mensagem do nosso John Crisostomo, o luso-americano régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona  (foto à esuerda: com a Vilma, num 10 de junho).

João Crisóstomo, membro da nossa Tabanca Grande, com c. 280  referências no blogue, a viver em Queens, Nova Iorque, ativista social, ex-alf mil inf, CCAÇ CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67).


Data - 6 ago 2025 00:42  
Assunto - Ruminações

Caríssimo Luís Graça ( e outros camaradas-irmãos, se o nosso comandante quiser “partilhar” estas minhas “ruminações” )


Acabo de abrir o computador para me pôr em dia com os meus camaradas da Tabanca e verifico que estou mesmo a ficar atrasado. Tanta coisa boa: 

  • poesias do Manuel Gouveia Oliveira que merecem admiração e aplauso;
  • uma homenagem do Joaquim Caldeira ao “desconhecido herói' Adriano ( e quantos outros merecem um post destes e muito mais e nunca são lembrados por ninguém!); 
  •  crónicas do Juvenal Amado que nos fazem lembrar algumas situações semelhantes nas nossas vidas mas que na maioria dos casos, nunca passam de "luzes debaixo de alqueires”, por nunca serem partilhadas…; 
  • um comentário muito apropriado do Eduardo Estrela ao post do Adão Cruz (ambos me fazem inveja porque eu não sei dizer tanto com em tão poucas palavras; … etc etc… 

Isto para mencionar apenas os posts destes últimos dias, pois é raro o dia em que não apareça neste nosso blogue algo credor do nosso apreço. A eles e todos, faço minhas as palavra do Virgílio Teixeira “ A todos que não posso responder em directo, os meus abraços”.

Mas há um post muito especial que me causou uma cascada de emoções, frustração e inveja por não poder participar melhor do que sentir um nó no peito. Entre outras, muitas saudades. Saudades dum encontro semelhante (um festival do mexilhão ) onde eu e a Vilma fomos e em que, parece-me, estiveram toda a gente mencionada nesta "batatada de peixe seco”: O saudoso Eduardo e a São; o Rui Chamusco; os duques do Cadaval Pinto de Carvalho e Céu Pintéus; O Jaime ; e tu e a Alice…

E fez-me lembrar os meus tempos de miúdo: eu ainda não estava na escola primária, portanto devia ter os meus quatro ou cinco anos ; quando em Peniche havia peixe com fartura vinham sempre uma ou duas carrinhas vender o peixe pelas aldeias ; quando chegavam à minha aldeia, a Bombardeira, geralmente já só havia chicharro que vinha em bruto, na parte de trás da carrinha . E não era vendido ao quilo mas "em atacado" ( é assim que se diz certo?) aos cestos. 
Se me não engano chegava a ser cinco tostões por um cesto de chicharro.

 Nesses dias o meu pai comprava um ou dois cestos de chicharro, que depois de aberto e limpo era posto a secar . E aí eu sentia-me muito importante no meu trabalho de enxutador de moscas: punham-me em cima do telhado, com um boné velho na cabeça e uma pequena vara de eucalipto na mão e eu, muito compenetrado da minha responsabilidade de não deixar que as moscas pousassem no peixe, lá ficava até que o sol começava a perder a força e o chicharro era arrecadado para se repetir a mesma operação no dia seguinte.” Oh Tempo, volta pra trás…”

Não vou fazer comentário a este teu post pois que não tenho o que é necessário para o fazer . Mas mais uma vez, aproveito quem sabe falar e escrever melhor do que eu: “ Grande texto, Luís, estas a escrever como um principe, dos bons, da excelente literatura” diz o António Graça de Abreu. Ele tem razão. E a ambos eu tiro o meu chapéu.

E já que estou no computador, aproveito para te dar notícias nossas. Estamos bem, mais ou menos, pois na nossa idade, pelo menos no que me diz respeito, quando dizemos que está tudo bem, geralmente estamos a mentir: se não é a perna que dóe .. são os dentes a atrapalhar ou as costas a lembrar que estamos nos “entas” avançados. Agora ando quase sempre de bengala, por vezes até dentro de casa.

A Vilma essa parece cada vez mais nova: neste momento está em Maryland ( um “estado" perto de Washington) numa convenção relacionada com meditações e coisas assim . Ela bem me quis convencer a ir com ela mas eu pus os pés no chão: tive e fiz mais retiros e meditações, nos meus tempos de colégio, mais que suficientes para o resto da vida… Mas ela lá está contente e feliz. Falamos pelo WatsApp todos os dias duas ou três vezes. Quando ele me disse que gostava de ir a esta convenção eu pus as minhas reticências e objeções; mas evidentemente que não me opus, desde que fosse sozinha! ; e agora vejo que agi bem: ela está tão feliz que ao olhar para ela não posso deixar de sentir a sua alegria contagiante!

E não estou a dizer isto porque sou católico. “Voltei"ao catolicismo depois de muitas "visitas e viagens” que incluíram o ceticismo e agnosticismo… Muita gente pensa que o facto de eu por vezes ter muitos contactos com autoridades e líderes religiosos quer dizer que sou muito “religioso.” E não é bem assim. Na verdade sou católico , mas não sou “fanático”. Acho que antes de ser cristão um indivíduo é um ser humano. E por vezes até digo que me sirvo dos meus "contactos religiosos” para atingir fins sociais, independentemente da sua ligação ou não com religiões. Mas … chega de ruminações religiosas para hoje.

Bom, agora vou fazer uma pausa, que tenho de ir pintar o meu "back yard” (um pequeno quintal na traseira da minha casa.). Volto logo. Ou então faço como tu que te levantas às três da manhã para falar com os teus amigos e camaradas.

Estou de volta .

Disseste-me há tempos ( em comentário ao 4 de Julho americano com sabor a bacalhau ) que sou um "homem de ideias práticas, gostas de bricolagem” …. Deixa-me responder a esta tua afirmação/suposição. Porque parece-me que tens razão. Mas primeiro deixa-me fazer as devidas "ressalvas” para não ser mal compreendido e fazer figura de charlatão.

Lembro o que o meu pai dizia: "alguém que diz ter sete ofícios, pode ter quantos ofícios quiser mas não é bom em nenhum deles.” Portanto o que segue não em qualquer intenção de ridícula gabarolice. Os meus “ofícios" de alguma maneira foram-me impostos… tomei-os por pura e simples necessidade, nada mais. Sobrevivência ….

Pergunto-me o que diria hoje o meu pai , ao ver que o seu filho “virou” ( "virar “era uma palavra que ele usava para dar ênfase a uma ideia fora do vulgar) mesmo um homem de sete ofícios…As voltas da minha vida depois da Guiné deram mesmo nisso. É que "a necessidade faz o ladrão”. Quis estudar línguas e para isso tive de começar a lavar pratos e panelas… e eu que nunca tencionava trabalhar em restaurantes, de repente fizeram de mim um garçon, depois “virei” maitre d’hotel, gerente de restaurante, e finalmente mordomo.

Se "virei activista” também não tive culpa. As circunstancias em que me encontrava quando as coisas “apareciam" não me permitiam fazer diferentemente do que fiz. O acaso trouxe-me a Nova Iorque; o acaso levou-me a ser mordomo. Outra pessoa a quem o acaso levasse a encontrar-se nas mesmas circunstâncias teria com certeza feito igual, talvez mesmo mais e melhor.

E quanto a bricolage (em português europeu, bricolagem), é a tal necessidade de se desenrascar: reconheço e admito que tenho muita imaginação. E, dizem que sou “perseverante”. Sou pior do que isso: o que eu sou é um teimoso do caraças quando a minha cabeça me diz que uma coisa é ou pode ser duma maneira, mesmo que a maioria das pessoas afirme diferentemente. E quando é assim não desisto. Essa a razão porque por vezes me apelidaram de "berbequim".

A tal engenhoca para cortar o bacalhau em postas com uma catana da Guiné  (imagem à esquerda) é um exemplo de imaginação, faceta que não nego. 

Tenho vários outros ofícios, sem ser bom em nenhum deles: todas as pessoas que visitam a minha casa ficam de boca aberta ao ver a quantidade de bogigangas que eu tenho seja para o que for: carpintaria, alvenaria, pinturas… faço de tudo um pouco, bem consciente de que sou um engenhocas, mas sempre e apenas um engenhocas amador. 

Por vezes as coisas saem tortas e lá tenho eu de chamar o empreiteiro para corrigir as asneiras que eu fiz… outras vezes dá certo. Por exemplo a casa de arrumações no meu quintal foi toda feita por mim, sozinho. O empreiteiro que faz a maioria dos “trabalhos mais complicados " na minha casa queixou-se um dia de que eu tinha dado aquele trabalho a outrem…

Bom já chega. Hoje aconteceu-me ter inesperado tempo livre e deu-me para isto .

Um grande abraço
João ( Nova Iorque )






Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro > Convívio anual da Tabanca de Porto Dinheiro. Régulo:  Euardo Jorge Ferreira (1952-2019).
- No  grupo dos tabanqueiros da saudosa Tabanca da Porto Dinheiro, falta o fotógrafo, o Álvaro Carvalho (casado com a Lena do Enxalé, de está azul, entre o João Crisóstomo e a Vilma). Faltam ainda os "duques do Cadaval" (Joaquim Pinto Carvalho e Céu Pintéus)...A Dina já não está entre nós nem o Eduardo... O Lopes está doente, acamado. Do nosso capelão Hirácio (e da Milita) também não temos notícias recentes. Falta ainda o Rui Chamusco, o Carlos Silvério e a Zita...

Legenda: da esquerda para a direita, António Nunes Lopes, João Crisóstomo, Helena do Enxalé, Vilma Crisóstomo, Dina, Milita (primeiria fila); Eduardo Jorge Ferreira, Maria Alice Carneiro, Alexandre Rato  [presidente da junta de freguesia de Ribamar,], Horácio Fernandes e Jaime Bonifácio Marques da Silva (segunda fila).


Foto (e legenda) : © Álvaro Carvalho (2015)  Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camnaradas da Guiné]


2. Post-Scriptum

john crisostomo
6 agosto 2025 | 08:05

Às 02.03 AM, sem conseguir dormir, levantei-me e reli as "ruminações" que te enviei ontem. Vejo que há muito mais que podia acrescentar ou que podia ser dito de melhor maneira. 

Por exemplo não disse que o facto de ser eu o enxutador oficial de moscas quando o chicharro era posto aberto e espalhado em cima do telhado para secar se deve com certeza ao facto de eu ser o único "homem" da família num mundo de mulheres. Os meus pais tiveram dez filhos, mas de rapaz só saí eu. 

A mesma razão (de ser eu eu o único rapaz,) fazia de mim o "algoz.  mata-moscas" à noite antes de irmos para a cama. Na falta de outro meio mais eficiente para controlar as muitas moscas dentro de casa, durante o dia eram pendurados no teto uns ramos bem apertados de umas ervas/meio arbustos (não me lembro o nome ). Eram nestes ramos que as moscas se juntavam para passar a noite. 

E então à noite eu, com um a ajuda das minhas irmãs, conseguia enfiar e envolver os ramos de baixo para cima com uma saca das batatas ( de serapilheira) bem aberta, com muito jeito e cuidado para não tocar nos ramos ( pois quando o saco tocava nos ramos elas fugiam todas). Quando o saco estava a chegar ao teto eu de repente fechava o saco e as moscas ficavam dentro do saco. Então eu agitava o saco para elas não ficarem agarradas aos ramos e deslizava a boca da saca do ramo que continuava pendurado para o dia seguinte. A seguir com toda a força de que era capaz, com o apoio entusiástico das minhas irmãs que sempre riam a bandeiras despregadas, eu batia o saco conta a parede ou mesmo contra o chão. E repetia a mesma operação, um a um, em todos os ramos espalhados pela casa. etc.

Sobre outros assuntos mais sérios mais havia para dizer também, mas acho melhor deixar para quando nos encontramos pessoalmente, não vás tu achar que estou a abusar da tua boa vontade, esperando que tenhas pachorra suficiente para ouvir as minhas deambulações de pensador barato. 

Também disso não tenho culpa e até gostava bem de sentir menos esta obcecação de andar sempre a pensar em coisas de que, sei bem, nunca teremos uma resposta ou certeza. Da mesma maneira que os chamados cientistas pensam e tentam chegar a saber como o mundo começøu, tenha isso sido há quatro mil milhões e meio de anos ou quatrocentos vezes quatro mil milhões…

Bom, vou voltar à cama ( neste momento a Vilma está na sua convenção em sérias meditações e eu estou sozinho!) e vou ler o James Michener que é sempre uma leitura agradável e por vezes apaixonante. Dorme bem.
João

(Revisão / fixação de texto, negritos: LG)                            

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domingo, 13 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P27011: Tabanca da Diáspora Lusófona (35): O meu "Four of July", aniversário da grande Nação Americana, em que os cachorros quentes ("hot dogs") e hambúrgeres grelhados da tradição foram substituídos pelo nosso bom bacalhau (João Crisóstomo, Nova Iorque)








EUA, Nova Iorque > Queens > Casa do João & Vilma > A "máquina de cortar bacalhau" e algumas peças do núcleo museológico" do casal.

Fotos (e legenda): © João Crisóstomo  (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona

Data - domingo, 6/07/2025, 23:52 (há 6 dias)

Assunto - O Meu "Four of July" 

Meus caros:

Só para dar sinal de vida…

Este poste, embora destinado primeiramente aos camaradas luso-americanos, é extensivo a todos os camaradas que, mesmo não sendo luso-americanos, façam uma visita aos nossos blogues. Pois para dar sinal de vida e dar um abraço a quem queremos bem qualquer ocasião é boa.

Os Estados Unidos estão celebrando hoje mais um aniversário e não foram circunstâncias várias (incluindo de saúde,  que os oitentas já se fazem sentir) esta ocasião seria motivo para eu passar parte do dia ao telefone tentando cavaquear um pouco com os meus camaradas luso-americanos.

Tal não me foi possível, mas no caso de os nossos editores acharem que vale a pena incluir o que segue, aqui vai com um abraço para todos.

Se tivesse tido ocasião de falar ao telefone com os meus amigos, muito provavelmente não deixaria de lhes contar como passei o meu "Four of July”. É que embora não tivesse sido nada de especial, este não deixou de ser curioso ou invulgar por ter misturado diversos sabores e lembranças,  Guiné, Eslovénia, Estados Unidos e Portugal. Mesmo arriscando ser insonso, que os meus dotes de narrador não dão para mais, deixem-me explicar:

No passado dia 22 de junho, a “Academia de Bacalhau de Long Island” festejou o seu 14º aniversário. Depois dum bom almoço, entremeado com vários brindes (“Gavião do Penacho, de bico pra cima... de bico pra baixo....vai acima ,vai abaixo…etc. etc. ";  no caso de não saberem ou não se lembrarem o que são, vejam o poste P22494 de 28 de Agosto de 2021), festejando o aniversário da Academia e dos aniversariantes do mês de junho, entre os quais eu me contava, procedeu-se ao leilão dum enorme e belo cabaz que o recheio era bom: vários chouriços; pão caseiro (bem português, feito em casa dum dos compadres, que à semelhança da Tabanca, neste caso também somos todos simples compadres, sem títulos); um presunto, duas garradas de vinho, uma caixa de bolos sortidos etc.

E, no final, o leilão dum bacalhau. Pois não querem saber que a Vilma decidiu que o bacalhau desta vez tinha de ser nosso? E lá foi cobrindo os lances, arrematando sempre até que os outros competidores acharam que estavam a perder o seu tempo e o bacalhau veio mesmo para nossa casa.

O problema foi quando cheguei a casa. "Como vou cortar agora este bacalhau em postas "?,  pensei eu. E comecei a cogitar como me desenrascar, até que me veio uma ideia : usar uma catana, cópia duma que trouxe da Guiné que tenho guardada há bastante tempo. É que nas paredes do meu apartamento constam alguns artefactos da Guiné, Timor Leste, etc., como recordações.

Entre estas recordações constava uma catana, que com as minhas várias mudanças de Pilatos para Herodes ( Inglaterra, França, Alemanha, Brasil, e USA) acabei por perder. Mas aqui há uns anos atrás um vizinho, surpreendido com o meu interesse por uma catana que ele me mostrou e me lembrava a que eu tinha trazido da Guiné, logo ma ofereceu.

 E foi a solução: com duas tábuas e um buraco que consegui perfurar no fim da lâmina da catana arranjei uma engenhoca a imitar um utensílio que tenho visto em lojas quando compro bacalhau. E deu certo…

Os cachorros quentes ("hot dogs") e hambúrgueres grelhados que são a tradição neste dia de aniversário da Nação Americana,  foram pois substituídos pelo nosso bom bacalhau. Eu até já me tinha esquecido que um dia, na véspera da Natal, em vez do "bacalhau com todos”, eu quis mostrar à Vilma que o bacalhau também podia ser cozinhado sem água, preparado apenas com azeite, camadas de cebola, bacalhau e batatas.

A Vilma gostou e foi a lembrança desse prato que a levou a arrematar com sucesso o bacalhau em leilão e a trazê-lo para casa. Que este ano o aniversário da América tinha de ser celebrado também com sabores portugueses e eslovenos. 

E assim foi. A comida eslovena foi representada por uma belíssima salada em que ela é perita: alface, "arugula" (Eruca sativa) (ou rúcula),e agriões, rodelas de cebola e ovos cozidos, "avocados" (abacate) e maçã, feijão e batata cozida…estava mesmo uma delícia. E a vertente portuguesa estava bem representada pelo prato de bacalhau que um dia lhe preparei e que ela não esqueceu mais.

Bom, eu tinha de arranjar maneira de dizer aos meus camaradas que, mesmo escrevendo pouco eu não deixo de ler e seguir com interesse o nosso querido e fabuloso blogue "Luis Graca & Camaradas da Guiné", o blogue da "Magnífica Tabanca da Linha” e de vez em quando ainda outros, perseverados com tanto carinho pelos seus editores e por tantos camaradas que os alimentam com a sua participação. Bem hajam!

De coração um abraçø grande de amizade e gratidão a todos vocês.

João Crisóstomo, Nova Iorque, 4 de julho de 2025
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Nota do editor LG:

Último poste da série > 23 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26836: Tabanca da Diáspora Lusófona (34): João Crisóstomo reconhecido, pela "Tribuna Portuguesa / Portuguese Tribune", da Califórnia, como "Personalidade do Ano 2024"... Outras nomeações: a Sousa Mendes Foundation foi a "Associação do Ano 2024" , e a inauguração do Museu Aristides de Sousa Mendes, em Carregal do Sal, o "Evento Cultural do Ano 2024".